sábado, dezembro 17, 2005

Há sempre discípulos a quem o tempo acode!

"Mestre, que dizeis?"
Por que nos falas por enigmas, a nós, pobrezinhos de espírito, que necessitamos tanto da tua ajuda:
- dando-nos o que, muitas vezes, até não merecemos;
- tolerando os nossos pequenos pecados, porque somos eternos pecadores;
- aliviando o fardo com que vimos escutar-te, diariamente, neste ambiente em que procuramos tudo, salvo aquilo para que a instituição existe, o tal aprender que até gostavas que nos servisse de educação, mas que tu não compreendes que, com as nossas pequenas mas dignas cabecinhas não atingimos mais, porque não nos estamos para estafar para além do dito fardo de trabalho diário;
- fazendo tudo o que, em princípio, nos caberia a nós fazer, mas que não podemos, pois somos um conjunto de indivíduos que espera o privilégio de ser em tudo tolerado, mesmo nos trabalhos escolares que não temos tempo de cumprir, porque, primeiro, a escola da noite tem de nos tolerar a necessidade de satisfazer outras necessidades mais compatíveis com os apetites das nossas médias de idades;
- explicando-nos, por palavras simples, aquilo para que não temos pachorra de ouvir, pois acompanhar o teu raciocínio é tarefa mentalmente mais pesada que a jorna para o jornaleiro, que o caminhar para a prenhe tartaruga, que a firmeza da rectidão, que a razão da decência, que a admissão do pecado;
Mestre, por que não nos deixas seguir por aqui?
Nós, que já te adorámos, mas que agora não pensamos assim pela tua intransigência, já não savemos se queres continuar a ser o nosso mestre.
Nem sequer sabemos o que fazer mais. Esperamos? Esperas tu, óh Mestre, que a luz se nos depare pela frente e nos empurre para a verdade?
Sim, cretamente só então compreenderemos os teus enigmas e, quem sabe, entraremos na cívica estrada da nossa educação!!!
Lamentos de um grupo desesperado

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