domingo, março 11, 2007

Hino às vontades dos tempos

Deambulações de um português em Portugal

Vejo-me entorpecido neste deambular, de atestado médico na mão, entre serviços de saúde, processos disciplinares, a Escola onde exerço e o aconchego de minha casa, para descanso das maleitas que fazem felizes alguns do tal ditirambo ...! Mas como não caí em concreta paranóia, valha-me Deus e me livre de tal diabólica sina, vou trabalhando, mesmo nas condições presentes, nessa promessa de transmitir o resultado de alguns elementos de avaliação aos meus alunos , que são o grande móbil de tão vasto empreendimento, como é o caso desta ministerial missão que é EDUCAR!
E também me vejo nas palavras proferidas sobre estes Horizontes da Academia, e subscrevo, finalmente, o que diz este nosso ex-PM acerca da situação docente, neste sistema de micros anti-sistemas educacioneses:
"Há que continuar a avaliar escolas e professores

Rui Machete
Advogado

Têm-se tornado cada vez mais frequentes os alertas e os apelos para a necessidade de mudança e de mudança rápida em múltiplos sectores da vida portuguesa, se pretendermos não ficar para trás nesta concorrência cada vez maior que a economia e a sociedade globais nos impõem. A médio prazo, o que está em jogo é o bem-estar dos portugueses, mas, ainda mais importante, a sua autonomia cultural e política como povo com uma História longa e rica e uma identidade bem vincada.
Estes desafios exigem capacidade de entender colectivamente as dificuldades e uma vontade firme de as vencer. Implicam também o reconhecer que faz uma enorme diferença querer tomar o destino nas mãos e lutar por objectivos ambiciosos, embora realistas, ou assumir a resignação agridoce da pretensa inevitabilidade do fado.
O voluntarismo animado por uma forte determinação remove montanhas, a apatia do conformismo, do argumento "de que sempre foi assim", gera a incapacidade para progredir.
A educação é, porventura, em Portugal um dos domínios onde melhor se pode observar o contraste entre as duas atitudes: a predominantemente conservadora e a voluntarista, desejosa de modificar estruturas e hábitos anquilosados, e interesses instalados que procuram perpetuar-se a todo o custo.
Mudar é penoso, envolve sacrifícios. É sempre mais cómodo continuar como se tem feito desde há muito, gozar as benesses que o longo tempo e a habituação fazem sentir como naturais e direitos intangíveis.
Para conseguir reformas, mudar, é imprescindível conhecer bem a situação, as deficiências, porque é que as coisas vão mal.
A avaliação das instituições, das suas capacidades de se atingir os objectivos, é, assim, fundamental. A medição dos resultados constitui um ponto essencial dessa avaliação. O ex-governador Jeff Bush, de visita entre nós, em recente conferência sobre a reforma educativa na sua Florida, dizia enfaticamente: "Quem não mede não se preocupa com as coisas." A comparação de resultados entre instituições congéneres representa outro passo essencial nesse processo.
Todos nos recordamos de quão difícil foi, já nos anos 90 do século passado, convencer o Ministério da Educação, temeroso dos sindicatos, a medir a actividade do ensino das escolas, primeiro, a dar a conhecer esses resultados ao público, depois. Foi necessária uma injunção judicial para o conseguir!
Vencida essa primeira etapa, há que ir mais longe: alargar e aprofundar essas medidas e avaliações e, sobretudo, retirar daí resultados em termos de carreira dos professores e das remunerações, e também de oportunidades oferecidas às escolas mais eficientes. E fazê-lo a todos os níveis de ensino: primário, secundário e superior, mesmo que sejam da regedoria de diversos ministros.
O aumento do nível de exigência é sempre tarefa delicada. Algumas injustiças inevitavelmente se cometerão. É preciso, também, ajudar os mais fracos, mas de boa vontade, ou que enfrentem condições económicas adversas. Mas não pode deixar de se prosseguir nas avaliações e daí retirar consequências, sob pena de permanecermos nas inevitáveis mediocridade e ineficiência. Isto, digam o que disserem os beneficiários do statu quo e os sindicatos que os representam.
A actual ministra da Educação criou uma grande esperança. Precisa, é certo, de corrigir alguns erros de comunicação, logo sublinhados com gáudio por quem pretende que tudo fique na mesma. Mas espero que prossiga o caminho que encetou, de bom senso, coragem e seriedade e que não nos desiluda. Deu já algumas provas importantes de que existe razão para confiar."
(o negrito é da responsabilidade do Publicista)
Entretanto, dou de caras com esta relíquia (de 1970!) que vou ouvindo, enquanto trabalho, nas presentes condições, de atestado médico na mão, entre processos disciplinares, a Escola onde trabalho, serviços de saúde e o aconchego de minha casa, tentando cumprir a promessa que fiz ... aos meus alunos!!!

Where Do the Children Play?

Well I think it's fine, building jumbo planes.
Or taking a ride on a cosmic train.
Switch on summer from a slot machine.
Yes, get what you want to if you want, 'cause you can get anything.
I know we've come a long way,
We're changing day to day,
But tell me, where do the children play?
Well you roll on roads over fresh green grass.
For your lorry loads pumping petrol gas.
And you make them long, and you make them tough.
But they just go on and on, and it seems that you can't get off.
Oh, I know we've come a long way,
We're changing day to day,
But tell me, where do the children play?
Well you've cracked the sky, scrapers fill the air.
But will you keep on building higher
'til there's no more room up there?
Will you make us laugh, will you make us cry?
Will you tell us when to live, will you tell us when to die?
I know we've come a long way,
We're changing day to day,
But tell me, where do the children play?
(Letra retirada do Rock Lyrics)

Beijinhos à minha IRIS, neste 'seu' bonito Domingo de Março!

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